A inovação tecnológica para a transformação social

Selecionados entre quase cem inscritos, duas semanas antes do seminário, que aconteceu de 9 a 11 de novembro, os 25 estudantes, que formaram cinco equipes, passaram por treinamentos sob a supervisão da equipe da startup Manaós Tech, até a prática para desenvolver seus protótipos físicos ou virtuais.

Três deles foram vencedores, com direito a possíveis contrações por empresas para desenvolverem seus produtos para que eles cheguem no mercado.

Sensores

O projeto Sistema de Proteção aos Motociclistas (Siprom) foi a ideia vencedora do Desafio Secop. Nela, os alunos do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) desenvolveram sensores para capacetes de motociclistas, com objetivo de diminuir o número de acidentes e mortes trágicas nesse tipo de veículo.

Segundo o estudante Carlos Emanoel, 17, o sensor instalado no capacete só permite a partida da motocicleta quando o motociclista o que coloque na cabeça. Segundo o estudante Felipe Correia, 17, a forma de instalação do sensor no capacete não reconhece a partida da motocicleta com o capacete no cotovelo do motociclista.

O Siprom, conforme Carlos, ainda ajuda o motociclista em caso de acidentes, com o acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a partir de georrefenciamento e códigos de confirmação da gravidade do acidente.

“Em caso de colisão, o sensor reconhece a angulação e o impacto do capacete e envia sinal aos serviços de socorro como o Samu. A partir de códigos emitidos pelo motociclista, o Samu poderá cancelar o atendimento em caso de acidente leve”, explica o estudante.

Jovens desenvolveram aplicativo para ajudar pacientes a localizarem medicamentos públicos em UBSs - foto: Diego Janatã

Jovens desenvolveram aplicativo para ajudar pacientes a localizarem medicamentos públicos em UBSs – foto: Diego Janatã

Meio Ambiente

Em segundo lugar no Desafio Secop ficou o projeto Protoente, que busca ajudar a diminuir a carga de plásticos que poluem o meio ambiente a partir de uma lixeira que tritura e armazena o resíduo. Segundo o estudante Salomão Cardoso Dantas, 13, a lixeira vem equipada com um sensor a partir do qual o cidadão pode marcar pontos, os quais poderiam ser trocados por descontos em restaurantes, cinemas e livrarias, por exemplo. “É uma forma de incentivar a não jogar o plástico nas vias e causar grandes problemas com o entupimento dos esgotos e poluição dos rios”, comentou Salomão.

Saúde

O aplicativo Remédio na Mão foi o terceiro colocado no desafio. De acordo com o estudante Wesley Vinicius Neve, 17, a proposta é facilitar o acesso das pessoas o acesso a medicamentos da rede pública de saúde. A partir do bando de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o App mostraria em quais Unidades Básicas de Saúde (UBSs) o paciente poderia encontrar o medicamento recomendado na sua receita médica.

Reinvenção dos governos

O diretor técnico da Prodam, Daniel Martins, observa que a tecnologia, conceitualmente, é o uso de atividades computacionais para uma finalidade específica. Ela, no caso da gestão pública, tem a função de buscar melhorias nos processos do governo, gerar transparência ou melhorias nos serviços para o cidadão. Ao levá-la para o cidadão, ela gera oportunidade de transformação social no seio da sociedade.

Para ele, o debate sobre tecnologia em torno dos governos pode reforçar a prática de reinvenção das suas práticas e se posicionar melhor para a sociedade. “E o melhor de tudo é se reinventar, não de forma solitária, mas fazer isso trazendo o cidadão para essa mudança. Isso nós buscamos trazer no Secop, não somente por meio do tema, mas também por meio de práticas com o Desafio Secop, que mostra que o cidadão pode ser parte dessa mudança”, diz.

Como case de sucesso desse envolvimento do governo do Amazonas no debate e na busca por soluções tecnológicas, Daniel lembrou que 70% das matrículas da rede estadual de ensino, deste ano, foram feitas de forma on-line.
“O que resultou num processo de matrícula, sem fila, sem confusão, sem pai dormindo em porta de escola, como antigamente, porque o serviço estava disponível para o pai em qualquer lugar a partir da internet”, lembra o diretor técnico do Prodam.

Protótipos podem ganhar vida

O primeiro lugar do Desafio Secop ganhou R$ 5 mil reais, mais o kit de desenvolvimento Arduino, e internet das coisas, além do troféu. O segundo lugar ganhou kit de desenvolvimento Arduino, e internet das coisas, o curso à distância de treinamento blockbit de configuração de rede corporativas e ferramentas de rede, e o terceiro lugar levou o kit de desenvolvimento Arduino, e internet das coisas, curso à distância da data com, que é de projeto lógico de rede de baixo nível e alto nível, além do troféu.

Segundo o diretor técnico da Empresa de Processamento de Dados Amazonas (Prodam), Daniel Tadeu Martins, as soluções apresentadas pelos jovens no Desafio Secop são todas aplicáveis no mundo real. “Não é simplesmente um exercício de capacitação que eles tiveram. Podemos constatar que são inovações totalmente aplicáveis no dia a dia. O mais interessante é que, por serem viáveis, os alunos poderão levá-los para o mercado no futuro”, afirma.

Mas, antes de deixar de ser protótipo, Daniel explica que a equipe vencedora terá oportunidade de ser contratada por uma empresa, como forma de premiação. “Lá ela poderá ganhar experiência de como funciona esse mercado de trabalho e porque não daqui há alguns anos aquilo que é só um protótipo esteja disponível para o mercado”, diz.

O CEO da Manaós Tech, Glauco Aguiar, observa que não apenas o primeiro lugar deverá ter a oportunidade de contratação, uma vez que outras empresas que participaram o evento se mostraram interessadas nos outros projetos apresentados no Desafio Secop. “Muitas empresas presentes no seminário demonstraram muito interesse em fazer uma parceria com eles [os alunos]”, afirma.

Emerson Quaresma
Jornal EM TEMPO

Fonte: http://www.emtempo.com.br/a-inovacao-tecnologica-para-a-transformacao-social/

 

 

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