Gel a base de Murumuru garante primeira patente de invenção à Ufopa após cinco anos de pedido

Ufopa terá o direito exclusivo de uso, produção, comercialização e importação da tecnologia pelo prazo de 20 anos.

Um gel produzido a base de Mururu, uma planta amazônica, garantiu a primeira patente de invenção à Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). A carta patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) foi intitulada “Sistemas líquidos cristalinos baseados em gordura vegetal de murumuru (Astrocaryum murumuru Mart.) para liberação sustentada de fármacos em pele e cavidades revestidas por mucosa”.

O pedido de concessão da patente, realizado em 2015, foi confirmado com a publicação da carta no dia 23 de fevereiro deste na Revista de Propriedade Industrial (RPI).

O desenvolvimento tecnológico da composição farmacêutica patenteada foi realizado pela professora Kariane Mendes Nunes e pelo farmacêutico Júnior Avelino de Araújo, durante orientação de trabalho de conclusão de curso e iniciação científica na Ufopa. Além disso, contou com colaborações e parcerias da professora Silvia Katrine Silva Escher (Ufopa) e dos professores José Otávio Carréra Silva Júnior, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e Renata Cristina Kiatkoski Kaminski, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

O gel de murumuru

O sistema líquido cristalino baseado em manteiga de murumuru é um gel que apresenta vários benefícios. Quando em contato com os fluidos biológicos, tem a capacidade de absorver água no local de aplicação e se tornar mais viscoso, proporcionando maior tempo de contato com a pele ou mucosa.

Essa vantagem tecnológica pode aumentar o desempenho e eficácia de medicamentos e reduzir a quantidade de aplicações pelo paciente. Além disso, possui capacidade de liberar bioativos e fármacos no organismo de forma gradual ou sustentada.

De grande versatilidade, a composição farmacêutica de origem vegetal, produzida a partir da manteiga extraída das sementes do murumuru, é biodegradável e biocompatível, reduzindo as chances de reações adversas, como alergias e irritações.

“É uma nova e versátil base farmacêutica tópica com inúmeras vantagens e aplicabilidades no setor farmacêutico e cosmético. Sem dúvidas nossa maior meta era agregar valor às matérias-primas da região amazônica, desenvolvendo produtos farmacêuticos ‘verdes’, versáteis, de fácil reprodutibilidade e com vantagens tecnológicas significativas para resolver problemas de saúde recorrentes em nossa sociedade”, explicou Kariane Nunes.

A primeira pesquisa, feita em 2015, demonstrou a aplicação em géis ginecológicos. Outra, mais recente, associou a base ao extrato de jucá para tratamento de lesões.

Patente por 20 anos

Com a patente, a Ufopa terá o direito exclusivo de uso, produção, comercialização e importação da tecnologia pelo prazo de 20 anos, a contar de 10 de dezembro de 2015, data da solicitação do pedido de concessão.

A Agência de Inovação Tecnológica (AIT) é a responsável por dar suporte aos criadores, auxiliando na documentação necessária ao pedido e acompanhamento de todas as etapas do processo até a emissão da carta patente, que confirma o direito de propriedade intelectual junto ao INPI.

Além da nova patente, a Ufopa conta atualmente com o registro de seis programas de computador e oito pedidos em tramitação no INPI, sendo seis de patentes, um de modelo de utilidade e um de marca.


Fonte: G1

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