ARCELORMITTAL ESTUDA RETOMAR OBRAS EM USINA DE MONLEVADE

 

Baseado num cenário de estabilização, início de retomada da economia no segundo semestre e recuperação um pouco mais consistente em 2017, a ArcelorMittal já estuda retomar, no ano que vem, o investimento na siderúrgica em João Monlevade, a 108 km de Belo Horizonte. O total de recursos no projeto é de US$ 1,2 bilhão, sendo US$ 280 milhões na instalação do terceiro laminador. “Esse cenário se configurando vai exigir que retomemos, talvez no próximo ano, o investimento no restante da duplicação da usina”, contou o vice-presidente comercial do segmento de aços longos da ArcelorMittal Brasil, Henrique Morais de Almeida, durante visita à usina de Sabará para apresentar o Multibar, novo produto em barras da companhia.

Para o executivo da ArcelorMittal, em siderurgia os prazos são longos. “Entre voltar a construir e ter o aço novo são dois anos e meio. Os equipamentos (em João Monlevade) estão comprados e precisamos tomar a decisão”, disse.

Em Minas Gerais, a gigante mundial do aço tem unidades industriais de produção em Juiz de Fora e João Monlevade; trefilarias em Sabará e Itaúna; unidade de beneficiamento em Contagem; ativos de mineração em Itatiaiuçu e Bela Vista de Minas; além de unidades da parceria com a Bekaert em Contagem e Vespasiano.

Almeida contou ainda que o laminador comprado para a unidade de João Monlevade está pronto, testado, e parado. “O motivo é que não tem demanda. Mas, já começamos a identificar nas nossas projeções a necessidade de retomada desse investimento”, frisou.

Em João Monlevade onde a usina existe desde 1935, a ArcelorMittal tem cerca de 900 funcionários e capacidade instalada de 1,15 milhões de toneladas de aço bruto. Lá, Almeida detalhou o projeto: “na parte da siderurgia tem a área de fase líquida de fazer o aço, tem a sinterização nova, e quando chega na laminação (que lamina o produto da aciaria), só fizemos essa parte da laminação, então, falta montar tudo o que eu falei antes. É como se tivéssemos começado do fim para o começo”.

Sem qualquer alto-forno desligado, Almeida informou que a ArcelorMittal tem a melhor taxa de ocupação dentro da capacidade. “Diminuímos a capacidade produtiva adequando turnos, mas sem desligar alto-forno”, explicou.

A partir do início da crise até agora, a companhia perdeu 32% da demanda de aços no mercado domestico. “Estamos rodando a uma capacidade de 70%”, contou. E segundo as projeções da empresa, o consumo aparente de aços longos (na construção civil e na indústria) de 2013 só será retomado em 2020 ou 2021.

Multibar

Na quase centenária unidade de Sabará – ela foi aberta em 1917 – a ArcelorMittal investiu R$ 50 milhões para instalar uma nova linha industrial para produzir as barras Multibar. “Esse investimento do Multibar é a visão da Arcelor de estar contribuindo para o processo de retomada da indústria nacional oferecendo um produto de nível tecnológico superior e que vai significar um ganho na cadeia produtiva total”, frisou o vice-presidente comercial.

Em Sabará, a capacidade nominal é de 140 mil toneladas/ano e, com o novo equipamento, está agregando mais 40 mil toneladas.

Grandes números

60 países é a presença da ArcelorMittal no mundo

19 países têm unidades industriais da companhia

92,5 milhões de toneladas de aço feitas em 2015 pelo grupo

Produtos

Multibar:
– Flexibilidade de escolha em versões: descascado, auto e hidráulico
– As barras passam por processo de remoção de sobremetal por meio de usinagem ficando isentas de defeitos superficiais
– O produto tem aplicações múltiplas nos segmentos: automotivo, hidráulico, óleo e gás, componentes hidráulicos e pneumáticos
– A escolha de Sabará para fazer o investimento do Multibar foi devido à logística. “O produto que processamos em Sabará para ir para o consumidor final vem da usina de João Monlevade”, disse Henrique de Almeida

Minientrevista

Henriquede Almeida
Vice-presidente comercial da ArcelorMittal aços longos

Esse câmbio está bom? Ao fazerem essa pergunta ao Delfim Neto, ele respondeu: “Câmbio nasceu para avacalhar a vida de economista” e disse que não falaria mais. O câmbio é infinitamente melhor do que dois anos atrás quando estava pouco mais de R$ 2. Mas dizer que é o ideal? Do ponto de vista de exportação, melhor que fosse R$ 4, mas aí tem as consequências da inflação e do aumento de custo.

Mas o ideal para a siderurgia seria o quê? Prefiro não precisar um valor. Quanto mais valorizado for o câmbio mais competitivos nós somos. E a R$ 3,50, somos competitivos e nos posiciona bem no mercado. Para competir com chinês se fosse R$ 4 seria melhor. (HL)

Fonte: http://goo.gl/KtklNL

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